quarta-feira, julho 21, 2010

Comer (6) - N'A Maria

Finalmente ... A Maria. Há muito tempo que andava para ir à Maria, mas por uma razão ou por outra, a coisa foi-se atrasando. Sempre recebi as melhores referências deste restaurante, como lugar para comer a melhor comida alentejana.


Agora, por duas vezes, estando perto do Alandroal, não perdoei. Reservei mesa e tudo, mas mais tarde vi que não teria sido necessário.

Sinais da crise: da primeira vez, fomos no total 6 pessoas, numa refeição num dia de semana, mas agora, num almoço de Sábado, seriamos uns vinte ...

Provado:
- coelho desfiado frio
- pimentos vermelhos grelhados e desfiados (uma verdadeira especialidade, os melhores que já comi !)
- cogumelos
- perdiz
- borrego assado

Ainda espreitei o cozido de grão, mas já não tive barriga !

A confecção é de facto muito boa, aliás a melhor para este tipo de receitas tradicionais que já comi. Serviço atento e muito simpático.

Quanto a custos, 13 euros por pessoa sem vinho e repartindo uma dose , ou 25 com vinho e uma dose para cada um - não é caro considerando a qualidade da comida.

domingo, maio 02, 2010

Ver (26) - O farol do Cabo da Roca

O farol do Cabo da Roca entrou em funcionamento em 1772, sendo o terceiro mais antigo da nossa costa, integrando o grupo de seis faróis mandados edificar por alvará de 1 de Fevereiro de 1758 da Junta Geral da Fazenda do Reino. Trata-se mesmo do primeiro farol construído de raiz, uma vez que os dois anteriores foram instalados em construções já existentes.

Tem uma torre com 22 metros de altura encontrando-se a sua luz 165 metros acima do nível do mar. Pouco ou nada se sabe quanto ao material que inicialmente o equipava, não se avistando a sua luz a mais de 2 milhas, o que leva a crer que o material instalado seria muito rudimentar.

Em 1843, na gerência do engenheiro Gaudêncio Fontana, o farol sofreu importantes alterações, entre as quais se contou com a montagem de um novo aparelho de rotação, composto de dezasseis candeeiros de Argand com reflectores parabólicos.

Mesmo assim, em 1865 os comentários conhecidos em relação ao farol do Cabo da Roca, não eram os mais abonatórios: «... Tem uma lanterna de abrigo com tal largura de caixilhos, que na direcção d´estes nenhuma luz se vê. De pouco ou nada servem e é de lamentar que enquanto as demais nações procurem a segurança e a facilidade da navegação, nós maltratemos os que nos procuram e, como indicador do litoral, lhes mostremos apenas umas luzes de “negaças” e por isso de pouca utilidade.»

Em 1883 foi aprovada a instalação de um farol eléctrico e de um sinal sonoro, tendo a construção dos edifícios, sido protelada em virtude da terrível crise financeira que tão duramente se manifestou em 1891 e tão forte depressão exerceu nos anos seguintes sobre a vida económica, pelo que só veio a acender-se o farol eléctrico em 1897, com um sistema de reserva composto por um candeeiro a petróleo de 3 torcidas. O aparelho óptico era de 4ª ordem, sendo a rotação produzida por um mecanismo de relojoaria. Neste mesmo ano entrou em funcionamento uma sereia a vapor (sinal sonoro).


Em 1917 foi construída uma instalação produtora de gás acetileno, porque o gás do mercado, que se destinava a servir de combustível a faróis, bóias e farolins não tinha a pureza adequada ao material instalado.

O sinal sonoro foi substituído por outro accionado a ar comprimido em 1932, que seria substituído por uma sereia eléctrica em 1982 e extinto em 2000.

Foi montado um novo aparelho óptico (aeromarítimo) em 1946, tendo no ano seguinte este mesmo aparelho sido substituído por um de 3ª ordem, grande modelo (500mm distância focal). A lâmpada montada era de 3000W.

Em 1949 foi ligado à rede pública de abastecimento de água e em 1980 à de distribuição eléctrica.

Em 1990 o farol foi automatizado e a instalação produtora de gás acetileno encerrada por se ter substituído a utilização deste pela energia fotovoltaica.


No farol existem nove residências em virtude de, no passado, ter havido a necessidade de guarnecer a lanterna, o sinal sonoro, a fábrica de acetileno e o radiofarol. Actualmente é guarnecido por três faroleiros que asseguram o assinalamento marítimo entre o Cabo da Roca e a Ericeira.

A localização do farol do Cabo da Roca, no ponto mais ocidental do continente europeu faz atrair muitos visitantes que, face à altura sobre o mar, desfrutam de uma magnifica panorâmica sobre o oceano Atlântico.

As coordenadas do farol do Cabo da Roca são:
LAT : 38,781835
LONG: -9,497099

quinta-feira, outubro 15, 2009

Ver (25) ... o corvo-marinho-de-faces-brancas

Na ETAR de Vale de Lobo


O Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo) é uma ave de grande porte, esguia e de plumagem escura, invernante em Portugal, cujas áreas de reprodução se estendem desde as regiões árcticas até zonas sub-tropicais, embora as maiores concentrações se localizem em latitudes médias.


Na Lagoa dos Salgados

HABITAT

A sua área de distribuição em Portugal Continental, estende-se praticamente por todo o território, uma vez que ocorre em todos os planos de água que tenham peixe, quer na costa quer no interior.


Utiliza uma grande diversidade de habitats aquáticos dulcaquícolas, salobros e marinhos. Encontra-se em áreas costeiras ou estuarinas e, no interior do país, em pequenas ribeiras, barragens e açudes de dimensões muito variáveis; também em lagos, charcos, lagoas, pântanos, sapais e deltas.


Espécie gregária, passa grandes períodos em terra e descansa especialmente em posições expostas (frequentemente muitos em linha, parecendo uma fila de garrafas) em locais mais ou menos elevados nas margens rochosas, bancos de areia, restingas, árvores, troncos flutuantes, molhes e quebra-mares; normalmente perto de água e sem perturbações.


Na ETAR de Vale de Lobo

DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA

Em Portugal, os indivíduos são invernantes e migradores de passagem. A população tem vindo a crescer desde 1990 encontrando-se actualmente em estabilização. A população invernante no nosso país está estimada em cerca de 11.000 indivíduos.


O Estatuto de Conservação Global e Nacional é LC (Pouco preocupante).


FACTORES DE AMEAÇA


O Corvo-marinho-de-faces-brancas foi duramente perseguido por ser considerado um concorrente dos pescadores. Actualmente, o incremento da sua população deve-se à implementação de medidas de conservação e à expansão das pisciculturas.


O principal factor de ameaça poderá estar relacionado com o facto destas aves poderem tornar-se uma ameaça aos rendimentos da actividade piscícola (em particular das pisciculturas) e como tal, poderem voltar a ser perseguidas.


Em Xabregas, Lisboa

ALIMENTAÇÃO

A base da sua alimentação é peixe, que caça durante o dia, e em menor quantidade crustáceos (camarão e caranguejo), rãs, algumas aves aquáticas, patos juvenis e ratazanas.


Obtém o alimento enquanto nada debaixo de água, mergulhando a partir da superfície. Mergulha geralmente a pouca profundidade podendo, no entanto, atingir os 9 metros de profundidade.


REPRODUÇÃO

Não se reproduz em Portugal .



Na ETAR de Vale de Lobo - reparar no Cágado que descansa no lado direito


MOVIMENTOS

Consoante a população, os indivíduos podem ser migadores, migradores parciais ou dispersivos. Parte da população do Norte e Centro da Europa é migradora invernando na Península Ibérica e Norte África. Muitos dispersam-se pela orla costeira próximo dos locais de reprodução em locais ricos em peixe.

Em Portugal está presente desde finais de Agosto até meados de Abril. Os indivíduos invernantes no nosso país são oriundos da Europa Setentrional, Central e Ocidental. Nos Açores e na Madeira esta espécie é acidental.

CURIOSIDADES

O Corvo-marinho-de-faces-brancas pode ser utilizado na pesca. Na Ásia Oriental esta forma de pesca é ainda utilizada para fins turísiticos. É colocado um aro em redor do pescoço das aves de forma a impedir a ingestão das presas capturadas durante os mergulhos.



LOCAIS FAVORÁVEIS DE OBSERVAÇÃO

É facilmente observado entre Setembro e Abril ao longo de toda a orla costeira mas também em barragens e cursos de água no interior.

Os estuários do Minho, Sado, Tejo e a Ria Formosa constituem as áreas que albergam o maior número de indivíduos invernantes do nosso país. Eu costumo obervá-los em Lisboa, entre Santa Apolónia e a Expo, ou no Algarve, na Lagoa da Etar de Vale de Lobo. Mais raramente na Lagoa dos Salgado
s.

terça-feira, setembro 30, 2008

Ver (24) ... o pintassilgo

O Pintassilgo (Carduelis carduelis) é uma ave comum em Portugal e em toda a Europa, sendo mais abundante na Europa central e meridional. Os que habitam em zonas mais a Norte migram para Sul durante o Inverno.

São aves de pequeno porte, com tamanho aproximado de 13 cm, com cerca de 20 g, normalmente encontradas em bandos de até 40 indivíduos, fora da estação reprodutora. Na época do acasalamento separam-se aos pares voltando a se unir após a vinda dos filhotes.

Reproduz-se em terrenos abertos e bordas de bosques, em parques e jardins, entre Abril e Maio, pondo 4 a 6 ovos azuis com manchas pretas, que eclodem ao fim de 11 a 14 dias. Faz duas posturas e a incubação é feita pela fêmea.

Alimenta-se basicamente de grãos silvestres. Gosta especialmente de sementes de cardos, o que deu origem ao nome do género. No outono e inverno é avistado frequentemente em prados com muitos cardos. Porém, durante a alimentação das crias, procura também insectos.

O adulto possui a face vermelha e o resto da cabeça preta e branca. As asas são pretas com uma barra amarelo vivo, mais visível durante o voo. Uropígio branco. Bico cor de marfim, mais escuro na ponta, grande e ponteagudo. Cauda furcada. É praticamente impossível distinguir os sexos no campo. O indivíduo jovem apresenta as asas idênticas ao adulto, e o restante corpo castanho-cinza claro com manchas mais escuras.

Tem um canto melodioso, levando a que seja ainda hoje capturado para gaiola.




Pintassilgos da Lezíria Grande, Vila Franca de Xira, ainda antes da Companhia das Lezírias vedar o acesso à Ponta da Erva (o que foi feito no passado mês de Agosto...). Andavam em bandos a comer nos cardos secos. Fotos tiradas no mês de Julho.

quinta-feira, junho 12, 2008

Andar (23) - na Mata de Albergaria

Andando na Mata de Albergaria, sente-se como é extraordinário que ainda hoje exista um conjunto natural tão bem preservado, e ainda se percebe que isso só é de facto possível porque a zona sempre foi escassamente povoada.

A Mata de Albergaria é acessível pela Estrada do Sarilhão, que é de facto uma estrada florestal construída paralela à Geira, a uma cota mais elevada, quando da construção da barragem de Vilarinho das Furnas.

Entrada na Mata de Albergaria, na Estrada do Sarilhão, vindo do Campo do Gerês

Esta estrada tem início, do lado do Campo do Gerês, entre as milhas XXIX e XXX da Geira, no local onde estacionei quando percorri o troço 1 da mesma.

A albufeira está sempre presente do nosso lado esquerdo, à medida que fazemos o trajecto para Norte / Nascente, onde iremos apanhar a estrada Caldas do Gerês - Portela do Homem. A estrada do Sarilhãotem cerca de 7 km de extensão. A Mata continua se virar para a Portela do Homem.

Mas não se pode pescar ... o que é que se esperava ?

A Mata localiza-se na zona de fronteira das regiões biogeográficas eurosiberiana e mediterrânica, o que determina que espécies da flora mediterrânica como, por exemplo, o sobreiro (Quercus suber), o medronheiro (Arbutus unedo), o loureiro (Laurus nobilis) e a gilbardeira (Ruscus aculeatus), testemunhos de migrações ocorridas em tempos passados mais quentes do que os actuais, coabitem com espécies eurosiberianas como o carvalho-alvarinho (Quercus robur) do qual existe um carvalhal secular, teixo (Taxus baccata), e o azevinho (Ilex aquifolium).

As espécies presentes na Mata de Albergaria têm elevado valor florístico, quer pelo seu estatuto de conservação, quer pelo seu estatuto biogeográfico, nomeadamente espécies endémicas, lusitânicas e ibéricas, existindo ainda algumas espécies raras ou ameaçadas da nossa flora, como, por exemplo, o feto-do-gerês (Woodwardia radicans), o narciso-trombeta (Narcissus pseudonarcissus subsp. nobilis), o lírio-do-gerês (Iris boissieri) e a arméria (Armeria humilis subsp. humilis).

Sabia que o azevinho é uma árvore ? Foto tirada junto à ponte de madeira sobre o ribeiro do Pedredo

O azevinho é actualmente uma espécie com problemas, dado ter sido sobre-explorado durante muitos anos para adornos natalícios. A sua procura para este fim foi tão intensa que acabou por levar à proibição da sua recolha no nosso País, sendo hoje uma espécie rara e em vias de extinção. É uma espécie protegida.

Os problemas aparecem porque a regeneração natural não compensava a recolha abusiva, pois é uma espécie de difícil produção por semente, pois demora cerca de um ano a germinar. Na Natureza, a germinação inicia-se, portanto, com um ano de atraso e só se completa na segunda ou terceira Primavera. E isto é só a germinação da semente, ainda falta o crescimento ...

Um facto curioso é que a ingestão dos frutos por aves e mamíferos actua como factor de quebra de dormência, devido à acção dos ácidos a que são sujeitos os endocarpos resistentes quando atravessam o tubo digestivo. As sementes são expelidas junto com os restantes excrementos que funcionam como fertilizante. E assim germinam muito mais rapidamente!

Assim que este mecanismo foi compreendido, foi possível a criação em viveiros de azevinhos, não recorrendo a este processo natural, obviamente, mas usando os mesmos produtos químicos para acelerar a germinação. Eu comprei um azevinho, que tenho num vaso no meu escritório ...

Os medronhos estavam maduros, no início de Novembro

Aspecto da Mata

A baixa presença humana nesta mata não rompeu, até há poucos anos, o frágil equilíbrio do seu ecossistema, cuja riqueza e variedade contribuíram para a sua classificação pelo Conselho da Europa, como uma das Reservas Biogenéticas do Continente Europeu. É também, nos termos do Plano de Ordenamento do Parque, classificada como Zona de Protecção Parcial da Área de Ambiente Natural.

Entretanto, o peso humano tornou-se excessivo, em particular nos meses de Verão, e a regeneração dos componentes naturais passou a fazer-se mais lentamente, sendo já visíveis os seus efeitos nocivos.

Na Estrada do Sarilhão é proibido o estacionamento ou a paragem de veículos de forasteiros. Atenção que durante os feriados e fins de semana da época de Verão, é também proibido todo o trânsito motorizado a turistas.

Entrada para a Mata, do lado da estrada Portela do Homem – Caldas do Gerês. Pormenor curioso – nunca tinha estado num local onde os “residentes e naturais” têm direitos diferentes dos visitantes.

Troço da Ribeira da Maceira

Um carvalho

quinta-feira, maio 22, 2008

Comer (5) - n' O Vitor


Antes de irmos ao TROÇO 2 da GEIRA, e de falarmos na Mata de Albergaria, que tal comer qualquer coisa ?

O melhor sítio onde comi na zona foi no Vitor, em S. João de Rei, Póvoa de Lanhoso.

Não é fácil lá chegar, se não conhece o local. Existe um mapa no site. Se tem GPS, as coordenadas são: 41.62220 / -8.29408.

De manhã tinha feito o PR da Junceda (Trilho das Silhas dos Ursos), que pode ser seguido em http://www.serra-do-geres.com/ja_estive_aqui_ficheiros/viage

m_ao_pe_do_cabril/viagem_ao_pe_do_cabril.htm

, o que me abriu substancialmente o apetite. O que é que eu comi: o bacalhau na fotografia, postita pequenina, como se vê. Regado com um azeite 5 estrelas (um dos melhores de que me lembro, de facto), e acompanhado por um vinho verde, que nem vos digo nada.

À hora que cheguei não havia muitas alternativas, só costeleta de vitela. O cabrito, só aos fins de semana ou por encomenda. Comi umas entradas catitas, pastelinhos de bacalhau, carapaus (ou eram sardinhas ?) de escabeche e saladinha de feijão frade. No fim, um pudinzinho de ovos. Paguei à roda de 20 euros.

E lá abalei para o troço 2 da GEIRA ... que consegui encontrar, graças ao GPS.

Restaurante O Vitor

S. João de Rei, Póvoa de Lanhoso

Tel. 253 909 100

Fax. 253 909 101

Aberto todos os dias Encerra no dia de Natal

Site: http://www.ovictor.web.pt

O também celebrado O Abocanhado, em Terras de Bouro, fica para a próxima.


Fotos tiradas com o meu telemóvel QTEK S200, onde também tenho o OziExplorer

Andar (22) na Geira Romana VI - Andando pela Geira

Para facilidade de acesso, convém escolher intersecções de actuais estradas com a GEIRA, onde é possível deixar um veículo estacionado em segurança. Percorri 2 troços da Geira:

TROÇO 1 – entre as milhas XXIX e XXXIII

TROÇO 2 – entre as milhas XV e XIX

Não se esqueça que, normalmente, terá que voltar para trás, pelo que, para percorrer por exemplo 4 milhas, vá preparado para andar pelo menos 4 x 2 x 1,48 = 11,84 km ... a boa notícia é que o percurso será quase plano !

TROÇO 1


Este troço começa junto à povoação de Campo do Gerês, na EN 307 que a liga à Barragem de Vilarinho das Furnas.

Antes da Geira, porque não uma olhadela à barragem ?

Início do percurso em Google Earth – a barragem, o Campo do Gerés, e o local onde estacionei

O início do trilho está bem marcado, com um poste de design moderno, em ferro “enferrujado”

Mapa do site da CM Terras de Bouro

http://geira.cm-terrasdebouro.pt/main.aspx?menu=44&item=18

O trajecto até à milha XXX, em Google Earth, sendo visível que o traçado acompanhava as curvas de nível (é paralelo à linha de água )

Entre as milhas XXIX e XXX, a vista para a albufeira é deslumbrante

Já mais perto da milha XXX

Milha XXX

Painel informativo referente à milha XXX, em Bouça da Mó, presentemente debaixo de água

Parte do painel informativo referente à milha XXX, onde são visíveis as ruínas de uma mutatio na margem esquerda da ribeira da Mó, perto do local onde esta desaguava no rio Homem

Perto do lugar provável da mutatio, que penso na altura estar submersa (?)

Ponte de madeira (contemporânea ...) sobre a ribeira do Pedredo, já dentro da Mata de Albergaria (a que voltarei mais tarde) sendo vísiveis diversos marcos correspondentes ao traçado submerso da GEIRA

MilhaXXXI

Painel informativo referente à milha XXXI, junto à ribeira do Pedredo, e miliários adjacentes


Milha XXXII – painel e miliários


A milha XXXII (site da CM Terras de Bouro)


Ponte de madeira (contemporânea) sobre o rio Maceira


Ruinas da ponte romana sobre o rio Maceira


Mapa 030 da série M888, escala 1/25.000, com topografia anterior à construção da barragem, que aproveitou parte do vale do rio Homem, no programa OziExplorer. Com este programa, existente em versões para PC e para PDA, é possivel quer planear os percursos com antecedência, quer registar os percursos percorridos, planear, medir, exportar e importar para Google Earth, etc, etc. Tenho os ficheiros dos troços que percorri, que posso enviar caso sejam solicitados.

Referências:

Wikipedia

http://viasromanas.planetaclix.pt/vrinfo.html

http://geira.cm-terrasdebouro.pt/

Andar (21) na Geira Romana V - O traçado da GEIRA

A GEIRA saía de Bracara Augusta, passando actualmente pela zona do Areal, seguindo por Adaúfe, entrava no Concelho de Amares com a travessia do Rio Cávado em Barca de Âncede, e seguia pelas localidade de Caires e Paredes Secas e ao chegar ao Lugar de Santa Cruz, entrava então no Concelho de Terras de Bouro.

Neste Concelho, a GEIRA está muito bem conservada ao nivel do seu traçado e dos seus vestígios arqueológicos.

Em Terras de Bouro a GEIRA percorre as freguesias de Souto, Balança, Chorense, Vilar, Chamoim, Covide, Campo do Gerês e chega, por fim, à Portela do Homem, seguindo depois em território espanhol.

Saindo de Bracara Augusta e ligando os actuais concelhos de Amares e Terras de Bouro, a GEIRA atravessa o que é hoje o território do Parque Nacional da Peneda Gerês PNPG. Marginando o rio Homem entre as zonas de S. João do Campo e a Fronteira da Portela do Homem, ai se internando por terras da actual Galiza.

Andar (20) na Geira Romana IV - A Via XVIII

A Via XVIII do Antonini Itinerarium, popularmente conhecida por GEIRA, é uma das estradas militares construída presumivelmente no ultimo terço do séc. I DC, ligando Bracara Augusta (Braga) e Asturica Augusta (Astorga – Província de Léon, Espanha), num percurso de 215 milhas romanas, aproximadamente 318 km.

O nome original da VIA NOVA (que pode ser lido em vários miliários que conservam esta inscrição) advém de já haver uma outra via que seguia também de Bracara Augusta para Asturica Augusta, mas com um traçado diferente, pois seguia por Aquae Flaviae (Chaves). Esta Via, com mais milhas do que a GEIRA, foi catalogada como Via XVII no Itinerário de Antonino.

A Via XVIII foi começada a construir por Vespasiano (69-74 DC), e os seus mais antigos marcos miliários são de Tito (79-81 DC), seu filho mais velho e sucessor. Meio século depois, sob Adriano (117-138 DC) já era reparada. Uma série de marcos de Caracala (211-217 DC) parece indicar que foi também reparada por este imperador, mas pode ser que tal reposição de miliários fosse só mera propaganda. Porém, os miliários de 236-237 referem, expressamente, um novo arranjo na via, com a inscrição, que já referi ias et pontes tempora vetustate colaps restituerunt...

A construção desta via, reforçou a malha viária, permitindo o reordenamento territorial, a intensa actividade mineira, com destaque especial para o ouro, contribuindo a longo prazo para a emergência de uma entidade histórica que perdurou ao longo dos milénios: a Callaecia.

A GEIRA tem uma construção sólida, um traçado harmonioso e muito bem estruturado, por permitir galgar vários tramos de montanha sem subidas ou descidas muito acentuadas (o que se percebe, dado que era destinada a veículos puxados por animais, que não conseguem vencer inclinações significativas...)

O traçado foi cuidadosamente planeado por arquitectos, engenheiros e pelos gromatici, os topógrafos que, apesar dos utensílios rudimentares, já calculavam com exactidão as distâncias, os declives.

A GEIRA foi construída de tal modo que, apesar de cruzar um espaço montanhoso com serras que chegam aos dois mil metros, só em alguns tramos, pouco extensos, alcança 900 metros. Os miliários de Tito e Domiciano documentam a abertura da via.

O granito e o xisto, que formam o substrato rochoso ao longo de grande parte do traçado da via, foram utilizados de forma abundante, nos pavimentos lajeados, nos muros de suporte, nas obras de arte, nos miliários. Num contexto climático com alta pluviosidade, com pendores significativos, o traçado da GEIRA estava sujeito a processos erosivos intensos, justificando sucessivas obras de manutenção. Os miliários de Maximino e Máximo apresentam um texto muito expressivo, referindo o restauro de pontes e caminhos deteriorados pelo tempo.

Um troço da Geira junto à milha XIV. Os muros de pedra e as lajes no pavimento serão originais ?

Um troço imeditamente antes da milha XXIX (perto da Albufeira de Vilarinho das Furnas)